sexta-feira, 25 de maio de 2012

A Moça Tecelã



Oie bonita!

Hoje é dia 25 de Maio, dia da Costureira!
E para te mostrar mais uma Tilda que acabou de sair do forno vou aproveitar o post e te apresentar este lindo texto da Marina Colasanti.


Eu não conhecia esta história da Moça Tecelã!

Foi durante uma subida de escadas no Floripa Quilt, que a minha amiga Thanira Pillar, contou em poucas palavras esta linda história.
A Thanira é contadora de histórias para crianças, e a maneira como ela me contou esta história, me deixou maravilhada!
Na subida ela também me falou sobre o lindo trabalho que ela fez na escola onde trabalhou.
Imagina você bonita, alunos bordando e tecendo a parte que mais gostaram deste fantástico conto de fadas!
Que doce maneira de aprender!
E eu sonhei...
Sonhei em conhecer a história toda, em fazer um trabalho baseado nela e em muitas outras coisas! 
E não é que a danada me mandou o livro com este cartão maravilhoso de presente no dia seguinte ao seu retorno a Porto Alegre.
Claro que fiquei feliz da vida, li e reli o livro todo.
Contos fantásticos e super bem escritos que me fizeram virar fã desta escritora maravilhosa!
É claro que vou dividir com vocês cada palavra deste doce texto para que, como eu, você também saboreie e reviva "A Moça Tecelã".
Eu, apaixonada que sou, por tecer sonhos, só posso agradecer a Marina pelas palavras e a Thanira pela apresentação!
Obrigado, obrigado e muito obrigado!
Que todas juntas possamos sempre escolher lindas linhas claras com maravilhosos e complexos raios de luz para tecer vidas, sonhos e muitoooo amor!

A moça Tecelã 
(Texto integral de Marina Colasanti)

 "Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite.  E logo sentava-se ao tear.



          Linha clara, para começar o dia.  Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.

          Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

          Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo.  Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido.  Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

          Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

          Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

          Nada lhe faltava.  Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas.  E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido.  Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete.  E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.


          Tecer era tudo o que fazia.  Tecer era tudo o que queria fazer.

          Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

          Não esperou o dia seguinte.  Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado.  Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

          Nem precisou abrir.  O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

          Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

          E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu.  Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

          — Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher.  E parecia justo, agora que eram dois.  Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

          Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.
     — Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou.  Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.


          Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia.  Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

          Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
          — É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

          Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados.  Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

          E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros.  E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

         Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

          Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins.  Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela. 

          A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar.  Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas.  Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

          Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara.  E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte."


Lindo neam bonita?
Fala sério que tecer é tudoooo de bom!

Costurices também!!


E como eu amoooo minhas novas meninas, amooo costurar, e amooo tudo o que é lindo e fazer tecer sonhor...

Compartilho a foto da Celmáquinas para o dia da Costureira!! 
Olha que fofurice de homenagem mais linda!


Eu amei!!
Beijocas em todas as mãos de fada que passarem por aqui hoje e sempre!!

E claro bonita, desejo também um lindo dia para as minhas formiguinhas arteiras!!



13 comentários:

Gigi disse...

este post mexeu comigo...pela lindíssima tilda que vc fez, pela belíssima estória do livro que vou ler, dica anotada, e pela minha vontade grande que tenho de aprender a costurar e ter uma máquina de costura
bjosssss

Thanira disse...

Minha linda!!!Chorei!!!Chorei porque amo essa história, porque me deu saudades das minhas aulas e dos meus alunos e, chorei, tbem, porque essa vida é muito boa...nos proporciona momentos como esse...de poesia, de amor, de troca, de tecer sonhos e acreditar neles!!!Um belo dia pra ti, com as linhas mais lindas que puderes encontrar!!!Beijos!!!

mel e jasmim disse...

Lindo! Muito lindo!
Parabéns pelo seu trabalho e pela pessoa maravilhosa e sensível que é.
Um beijinho e voltaremos aqui, este cantinho é encantador.
mel e jasmim

Liange Henschel Zangrande - "Lykkazan" disse...

Olá! Parabens pelo post. LINDO
Passando para uma rapida visita e pra dizer que me encantei com a Tilda e a História. Acho que se encaixaram perfeitamente. Dá pra receber toda vibração de amor. Um ótimo Fim de Semana.
Bjinhos,
Lykka

maristela disse...

Uma graça! Tudo!
E vamos embora costurar e não facebookar....kk

Bjs

Nanci M.dos Santos disse...

Nossa, que história mais linda!!e tudo isso me remete à minha infancia e adolescencia, porque, embora não saiba, duarante mais de vinte anos minha mãe foi tecelã, e olhe que naquela época os teares não eram automáticos e ela tinha que ficar muito atenta, porque, quando arrebentava um fio, ela tinha que desligar a máquina rapidamente, fazer o "noziho de tecelã" para que o tecido ficasse perfeito e sem nenhum defeito. Minha mãe foi mestra no assunto e sempre ganhava premios com a mais "longa metragem!" do mês. Muitas vezes eu presenciei o trabalho árduo das tecelãs, pois uma das tecelagens em que minha mãe trabalhou pertencia a um primo dela. Pra mim, era tudo muito mágico, ver o tecido tomando formas e cores. Hoje em dia é tudo automatizado e acho que essa profissão já ficou de lado, só sei que era um trabalho pesado e tinha que ser muito rápida e esperta, e isso ela era.
Mas, enfim, eu tinha também que contar a minha historinha, verdadeira e que fez parte da minha vida e, é claro, ajdou a pagar meus estudos e da minha irmã. grande beijo e Parabéns pelas sua lindas Tldas e por mais este post lindo!!!!!!!love you

Thays Figueira disse...

Amei sua nova sala de costura!E suas tildas são lindas!
Beijos!
donnadular.blogspot.com

Erilda Barbosa Padula disse...

nossa! que história linda!
eu tbm não conhecia não viu,
mais gostei muito ,
bjoss...linda

Dricca Kastrup disse...

História triste, mas linda !! Era bom se na vida de verdade a gente pudesse desfazer algumas partes... Se bem que, pensando bem, melhor não, porque mesmo as partes mais difíceis deixam alguma coisa de bom ! Tiamu ! bjobjo

areiasdejade disse...

Andreza boa tarde! Eu sou Nely do estado do Rio, estou paseando em seu blog e adorando suas Tildas, são todas maravilhosas, parabens!
Este texto eu não conhecia, mas retata a realidade do dia a dia de muitas mulheres, que se casam querendo amor e uma vida compartilhada, mas encontram no casamento apenas a escravidão; e para sair dessa escravidão o preço às vezes é a própria vida.
Andreza eu me inscrivi no sorteio, mas não entendo nada de informática e net nem conhecia fan page; minha pergunta é; o que é curtir a fan page, é apenas apenas clicar em "curtir", ou tem que deixar mensagem, ou alguma outra ação! Peço desculpas pela minha ignorância, mas é verdade , nada entendo, e aquilo que para vocês jovens é brinquedo, para mim é uma maratona de pesquisas que às vezes não chega a lugar algum!
Lhe desejo uma excelente semana com muita paz!
Até breve
Nely

Nelcy disse...

Heiiii! adorei o texto da moça tecelan,mas estou ainda sem folego com suas peripécias para manter em dia sua vida ,filhos, maridão e casa. confesso que ainda estou exausta com tudo.Parabéns!Como é bom ser jovem.um grande afaaaago para ti .saudades. Bjs .nelcy

Helena Garcia disse...

OI, amiga querida !
Sua tilda é maravilhosa ! Sou apaixonada por elas !! Parabéns, querida !! E esse texto ...ah, me emocionou...lindo !!
UM beijo grande pra ti!
Helena
www.diaaadiacorridinho.com.br

sofa disse...

Hello here,
Effectively stated and with wonderful timing. Thanks for the great post which consists of superb information.

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